quinta-feira, 22 de março de 2012

A bailarina


Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles

domingo, 25 de dezembro de 2011

Meia hora



Às inúmeras “meia hora” que nunca mais escaparão...




Meia hora

(Texto escrito no dia 24 de setembro de 2011)

Hoje, revivo um pensamento que mora em mim há algum tempo. Ele, entretanto, transformou-se em sonho. Eu, na verdade, não gosto de sonhos, desses que nos invadem durante a noite, sem a nossa permissão. Bons ou ruins, são desagradáveis. Se bons, desparecem quando voltamos à consciência. Se ruins, ressoam em nosso subconsciente, causando mal-estar. Bem, o tal pensamento criou forma. De repente, eu revivi alguns medos e angústias, mas tive uma surpresa.
Agora, contudo, via-me pelo avesso. Os meus pensamentos diferiam dos de antigamente. Os meus atos não eram como os de antes. Os meus olhos, as minhas mãos, a minha boca já não eram os mesmos de ontem. O Eu, de outrora, não estava mais ali, naquelas cenas. E o mais absurdo, aterrorizante e, presumidamente fascinante, é que minha justificada inconsciência analisava-me criticamente. E mais, fazia-o apaixonadamente; ele, o (in) consciente admirou o pensamento de minha alma.
 Em seu novo formato, meu insistente pensamento se encontrou com uma vontade não menos obstinada, refém de um sentimento que de tão antigo, já não se lembra nem do próprio nome de batismo. Eles, o tal pensamento e a tal vontade decidiram no tal sonho realizar um desejo de ambos. E resolveram fugir para bem longe do cárcere onde eles mesmos se colocaram um dia. A inconsciência celebrou esse instante. Ela os viu fazer as malas rumo ao absoluto.
O despertador soaria apenas às sete e quarenta e cinco. A aula de literatura seria às nove e meia. Seria tempo suficiente para reviver a rotina diária e chegar a tempo, à escola. Mas, inexplicavelmente, ele tocou às sete e quinze. E pensamento e vontade, para onde foram? Minha (in) consciência sabia a resposta, mas ela queria vê-los em sua tão esperada liberdade. Eu também queria. Mas faltou-lhes meia hora, a que tantas vezes tiveram e deixaram escapar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Maria, menina flor

Menina flor, Tu és a estrela semeada no jardim
És a rosa imaculada na constelação

Tu foste colhida na primavera
Dentre as mais distintas flores
Exalavas o mais puro louvor

Flor que brilha, foste escolhida pra ser Mãe do Salvador
E o sonho tão lindo, tão cheio de amor
Foi plantado no Teu ventre
Maria, menina flor

Flor menina, ó Maria, a escolhida, menina flor

Devaneios


Algumas vezes, temos de desistir de alguns sonhos, e isso, quando feito sob autênticas reflexões, não significa covardia. Ao contrário, é preciso coragem para decidir entender que o que se quer pode não ser aquilo de que se precisa em determinado instante. Não porque somos superiores ao que deixamos para trás, mas porque, simplesmente, não estávamos preparados para lidar com a fortaleza de desejos recíprocos e personalidades controversas.

Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência... hauahaua...
Não precisávamos do sonho porque não nos preparamos para sonhá-lo. Deveríamos ter fechado os olhos, mas, ao contrário, quisemos estar acordados demais. O consolo é saber que, humanos e incompletos que somos, haverá, em algum lugar do universo, um sonho realizável para nós. O meu desejo de hoje é que esse sonho só chegue se ainda o quisermos sonhar, se ainda acreditarmos no encanto do preto e do branco e na nossa capacidade de se fazer colorir. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Humano amor

Tarefa difícil é amar. Onde começa esse sentimento? Como começa? Não se sabe. Os poetas já escreveram milhares de poemas para defini-lo, em vão. Parece-me que sua singularidade não se permite traduzir. Eu só sei que ele existe, e saber disso me faz feliz porque também sei que concluir isso é chegar ao ápice do Amor de Deus, pois é somente ele que faz com que nos sintamos capazes de amar. Quem se sente amado quer também fazer com que outra pessoa desfrute o quão maravilhoso é se sentir assim.
Eu iria continuar este texto, mas mudei de ideia. Pra ser mais sincera, eu estou com muita raiva agora. Nem sei por que motivo estou falando sobre amor. Eu deveria era está dizendo que ninguém (ninguém) merece o meu amor. Eu deveria era mandar todo mundo que tem me magoado para o inferno. Eu deveria era excluir essa droga de blog e meu e-mail também. Caro leitor, isso é ridículo, sabe? Inventaram essa droga de meio virtual pra quê? Só para afastar você das pessoas que você ama.
Ainda bem que Deus não tem e-mail nem fica off-line. Ainda bem que Ele entende o que escrevo, o que não escrevo e o que está nas entrelinhas. Ainda bem que Ele é importante para mim, e melhor, que sou importante para Ele. Ainda bem que eu O conheci a tempo de aprender como ser melhor do que sou. Confesso, a dor está passando agora. Enquanto escrevo, ouço uma música de Ecclesis, “Faz-me repousar”. Lindíssima canção. O que acabei de dizer? Deus agindo. A paz vai tomando conta do meu coração. Até já sorri, caro leitor.
Sem maquiagem (hauahuaahauahau...)
Eu vou dormir. Antes, irei à geladeira, tem um doce de goiaba e um creme de leite lá. Não gosto muito de doce, nem quando era criança, gostava, mas agora me deu vontade. Ah! Preciso pedir-lhe desculpas pelo texto de hoje, foi um tanto estranho, sei. São meus inóculos segredos... hauahauahauau... Sinceramente? Não sei se ele terminaria em doce se não fosse o Amor de Deus. Talvez terminasse em pizza, então, pobre de mim! De qualquer modo, até breve e um abraço enorme. Ah, amar é difícil mesmo, mas é o melhor jeito de viver a vida. Mas tem de ser gratuito, viu! Não espere nada em troca.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Cristão em processo de variação e mudança semântica



Tenho-me preocupado com o uso que se tem feito da palavra cristão. Penso que é preferível não se definir como tal a confundir inocentes que acabam culpando Cristo pelo contra-testemunho de uns tantos "amigos" Seus.


Com esse pensamento, proponho uma reflexão sobre os comportamentos infames que maculam e excluem da sociedade religiosa os verdadeiros cristãos que, muitas vezes, não têm religião, mas que são verdadeiramente discípulos de Jesus Cristo.


Embora defenda a Língua e suas variações, suponho que a palavra cristão não deveria entrar em processo de variação e mudança semântica. Afinal, para conhecer e fazer o uso adequado da referida palavra, independente de contextos, é necessário apenas tentar agir como o faria Cristo.